A época das luzes

   A rapidez em que as coisas acontecem me desconcerta. Enquanto faço uma caminhada, olho para a velocidade em que a vida acontece. A velocidade em que o sol se põe, os carros passam, os ônibus, as motos, e, às vezes, os acidentes acontecem.
   A rapidez com que tudo passa, as pessoas morrem, o amor se desgasta (porque acabar ele nunca acaba, senão era só paixão), as rugas e linhas de expressão começam a aparecer e a marcar minha pele, os fios de cabelo branco e os amigos próximos constituem famílias e tem filhos.
   De vez em quando dou aquela olhada no espelho que garante que agora que já sou adulta, que esse é o meu verdadeiro rosto, esses são meus traços, e isso não vai mudar até o fim dos meus dias. Me frustro.
   Ao mesmo tempo, a vida se renova todos os dias. É difícil. Triste. Doloroso. Horrível lidar com a morte de quem amamos. Enquanto algumas pessoas incríveis se vão e eu envelheço, a cada instante nascem novas vidas. E é pensando nisso que tenho tido força para continuar em uma luta constante contra a tristeza que assola os meus dias. 

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