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Mostrando postagens de novembro 14, 2019

conta-gotas

provavelmente porque cada dia dói tanto, e é tão duramente triste que eu sinto como se minhas unhas estivessem em estilhaços toda noite; porque sempre é como se o sol se partisse em mil pedaços na sua força de meio-dia às seis da tarde; porque as horas cotidianas caem devagar, em conta-gotas; também porque o amor e a ternura são estes fatos tão absolutos e inegáveis (pra mim) da condição humana; e, finalmente, porque nada, nada é tão leve pra mim como eu, eventualmente, gostaria de imaginar que seria pro meu filho (se é que um dia terei um)

amor é se sentir em casa

depois de vários e vários escândalos internos, nos quais o meu cérebro tentou convencer meu coração que se ele continuasse naquele drama todo ele ia acabar me matando; de decepções amorosas cultivadas cuidadosamente em formol para resguardarem seu cheiro e gostinho originais; depois de uma crise de nervos associada a mais um conflito entre minha mãe e eu, ou, em outras palavras, a constatação de que eu estava realmente sozinha no mundo; depois de vários casos de amor temporários variando entre 3 encontros e 2 anos; depois de conhecer algumas das festinhas alternativas de santa maria e perceber que eu amo a minha cama, sobrou apenas alguém aqui dentro que me proporciona uma sensação boa de liberdade, e a janela do quarto aberta deixa o vento entrar. alguns livros novos. algumas plantinhas novas, menos nomes na agenda telefônica. now they know, now I know. só fica quem me oferece um lugar na casinha; amor é se sentir em casa, acho.  escrito originalmente em março de 2018